sábado, 14 de maio de 2016

Bastante erros, mas tá aí, rascunho do primeiro capítulo :D

Nascido da imaginação de uma realidade
O barulho da chuva acalma,com certa melancolia ,mas não interrompe a monotonia que me deparo todos os dias,a leveza que a chuva traz não é o bastante para quebrar esse gelo entre mim e a vida,não que ela não seja boa,mas só não é suficiente.tento a musica,coloco meu fone,ajeito por debaixo da blusa,olho pros lados,mas fico intrigado com o mundo a fora,é como se ele não me deixasse em paz,eu fui escolhido ou escolhi esse mundo,essa dimensão,esse lugar,tudo são escolhas,não que eu reclame da minha vida,mas não é algo que eu queira de verdade,sinto que não deveria estar aqui.o vicio que o mundo já me causou é inevitável,mesmo sabendo que ele não me pertence. as contradições são inevitáveis,as duvidas são tao constantes,é isso o que o mundo causa em mim; eu sei que posso lutar contra ele,mas ele é maior.a chuva e a musica possibilitam meros segundos de paz. a chuva caía levemente no jardim, e através do vidro da janela eu conseguia notar a sua incidência corrente, ela tocava o chão repetidas vezes, os pingos não faziam qualquer tipo de ruído perceptível, mas eram tão visíveis para os que a observavam, a chuva atraiu multidões, os namorados dentro de seus carros, através das janelas, vez ou outra esfregavam a manga do moletom para retirar mancha que o vapor de suas vozes deixavam no vidro, olhando com atenção a chuva cair, depois voltavam ao que estavam fazendo. as pessoas caminhando com seus guarda-chuvas, parece que num dia como esse, com o clima ameno, o trânsito diminui e tudo fica mais lento. percebo meu relógio, ele tic-taca devagar, por um momento, eu juro tê-lo visto parar, então me imagino na praia, com a chuva tilintando ao meu ouvido, consigo criar um universo, as rochas frias, molhadas, cinzentas, corroídas pela maré e pela chuva, revelavam que muitos já tinham passado por ali,muitos ja tinham feito sua historia ali, mas que já não se viam passeios junto ao oceano já fazia algum tempo, um muro se ergueu de dentro da água, as ondas viam e batiam constantemente, o muro tremia com o bater das ondas, em cima dele se notava pequenas poças de água, criadas pela chuva, o musgo agora brilhando úmido, denotava um ar de jardim real, a serenidade de um dia de inverno frio e cruel, passeei pela praia até me deparar com uma jovem, ela estava exausta, mas parecia grata a alguém por ter permitido a ela que apreciasse o tempo eternamente, ela não precisava sair tão cedo dali. eu me sentei ao lado dela, era linda, seus cabelos dourados, estavam emaranhados por causa da salinidade do mar, sua pele era clara e suave, tão límpida que se podia tocar e adentrar tão fundo que era capaz de se perder com sua ternura, era suave e doce sua voz, a boca era carnuda e parecia seca por causa do sal, ela deveria ter passado algum tempo na água, percebi. as roupas que usavam, era algo não tão normal para as meninas do seu bairro, ela usava um jeans, peça estranha para se usar na praia, jeans com alguns furos nas pernas e com sua barra levantada até mais ou menos em cima do calcanhar, usava também espécie de camisola, branca, leve e grande para o seu tamanho franzino. Ela não falava nada, só observa, o silêncio parecia dizer tudo, ela era tão linda que não era preciso dizer nada, seu sorriso já era o bastante para transformar aquele clima frio e mórbido em algo um pouco mais colorido, mesmo se tratando de um dia de chuva. Crio coragem e pergunto pra ela que horas são, ela me respondeu “observei tanto tempo esse muro no meio do mar, que agora me pergunto por que ele deveria não estar ali.” me viro para o muro, e tento entender o que ela quer dizer, óbvio que o lugar dele não é ali, não faz sentido nenhum ter um muro de tijolos na praia “por que ele não levanta e sai, ele não precisa, ele têm no tempo, um alvará, livre conduta ele possui, ele não precisa responder por seus atos, ele apenas existe” eu a contradigo “alguém o pôs aí”, ela me olha e sorri “ele quis estar aí”, olho de novo pro muro, então percebo que nada daquilo faz sentido e eu me pergunto se ela esta certa ou é na verdade tudo besteira. meu relógio continua a fazer seu longo percurso, me levanto, a música ainda toca, troco de roupa e resolvo sair com um guarda-chuva, preciso de um ar, botas, chaves, casaco, carteira, maçaneta...